Mudanças no cérebro
Pesquisas já haviam mostrado que a meditação reforça
conexões elétricas no cérebro inteiro e pode mesmo alterar a estrutura do
cérebro em algumas semanas.
Todas essas modificações foram extensivamente
documentadas por meio de imagens e outros exames.
Mas agora os pesquisadores foram além, e documentaram os
efeitos não da meditação, mas da psicoterapia, sobre um problema que aflige
milhões de pessoas: a disfemia, ou gagueira.
É mais uma prova contundente de que as mudanças no
cérebro podem ser induzidas voluntariamente.
Gagueira e cérebro
Apenas uma semana de terapia da fala foi suficiente para
reorganizar o cérebro, ajudando a reduzir a gagueira.
O estudo, realizado por cientistas chineses, foi
publicado na edição mais recente da Neurology, a revista médica da Academia
Americana de Neurologia.
O estudo deu aos pesquisadores novas informações sobre o
papel das diferentes regiões do cérebro na gagueira, que afeta cerca de 1% dos
adultos.
Os voluntários foram divididos em dois grupos, um formado
por pessoas que gaguejavam, e outro por pessoas que não gaguejavam.
Uma parte das pessoas com gagueira recebeu uma semana de
tratamento com terapia da fala com três sessões por dia. Os outros portadores
de disfemia, assim como os controles, não receberam nenhuma terapia.
Terapia da fala
A terapia consistia em fazer com que os participantes
repetissem palavras de duas sílabas que lhes eram ditas verbalmente e, em
seguida, lessem as palavras que lhes eram apresentadas visualmente.
Não havia limite de tempo em nenhuma das duas tarefas.
As notas médias dos testes das pessoas gagas, assim como
a porcentagem de sílabas gaguejadas, melhoraram entre aqueles que receberam a
terapia.
Não houve qualquer mudança na pontuação para os
voluntários gagos que não receberam terapia e nem para o grupo controle.
Aferindo o cérebro
Exames de imageamento cerebral foram usados para medir a
espessura do córtex cerebral de todos os participantes no início e no final do
estudo.
Os pesquisadores também mediram as interações entre as
áreas do cérebro em repouso, a chamada conectividade funcional em estado de
repouso.
Os voluntários que melhoraram da gagueira após a terapia
apresentaram uma redução tanto da espessura quanto da força das interações em
uma área do cérebro importante na expressão e produção de linguagem, chamada
"pars opercularis".
"Esses resultados mostram que o cérebro pode
reorganizar-se com terapia, e que as mudanças no cerebelo são um resultado da
compensação do cérebro para a gagueira," disse o Dr. Chunming Lu, da
Universidade Normal de Pequim.
Diário da saúde.
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