Alimentos alternativos
Projeções de especialistas indicam que o aumento
populacional, dos preços dos alimentos e a limitação na disponibilidade de
recursos vão mudar os hábitos alimentares humanos nas próximas décadas.
Alguns analistas calculam que o preço dos alimentos pode
dobrar nos próximos cinco a sete anos, transformando itens hoje comuns em
artigos de luxo.
Por isso, há cada vez maior preocupação na escolha da
comida do futuro, uma comida que seja ao mesmo tempo saudável para o ser humano
e não tão exigente com os recursos naturais.
Veja abaixo algumas alternativas que, embora estranhas à
primeira vista, são apontadas como caminhos prováveis para resolver lacunas na
demanda por alimentos.
Eles não parecem muito
saborosos, mas os cientistas garantem que insetos são uma rica fonte de
proteínas. [Imagem: Wikipedia/Vitaliy Nazarenko]
Comer insetos
Insetos fornecem tanto valor nutricional quanto carne de
mamíferos, mas custam e poluem muito menos. Cerca de 1, 4 mil espécies poderiam
ser consumidas pelo homem, principalmente compondo salsichas ou hambúrgueres.
Cientistas da Universidade de Wageningen, na Suécia,
comprovaram que os insetos produzem quantidades muito menores de gases de
efeito estufa do que a pecuária convencional, tanto de bovinos quanto de
suínos.
O governo holandês já investiu um milhão de euros em
pesquisa sobre como inserir carne de insetos nas dietas de seus cidadãos e
preparar leis para regulamentar sua criação.
Cresce apoio ao consumo de carne de insetos como fonte de
proteína
Boa parte da humanidade já come insetos, especialmente na
Ásia e África. Mas os mercados ocidentais têm uma certa resistência à ideia e
serão necessárias grandes campanhas de marketing para tornar aceitável ideia de
incluir insetos como gafanhotos, formigas e lagartas no cardápio.
Alimentação com música
Já é bem conhecida a influência que aparência e cheiro
podem ter sobre o que comemos, mas uma área em expansão que pode render
descobertas interessantes é a dos estudos sobre o efeito do som sobre o
paladar.
Um estudo da Universidade de Oxford descobriu que é
possível ajustar o gosto de determinados alimentos através da música que se
ouve ao fundo.
A música pode, por exemplo, fazer uma comida parecer mais
doce do que ela é. Esse recurso pode ajudar a reduzir o consumo de açúcar.
Outro exemplo: Sons graves de instrumentos de sopro de
metal (como saxofones ou tubas) acentuam o gosto amargo de alimentos.
A ideia é que as empresas fabricantes de alimentos passem
a recomendar listas de músicas para melhorar a "experiência" do
consumo de seus produtos, a partir de experiências comprovadas em laboratório.
Estes são os primeiros
cortes da carne 100% vegetal: "A consistência e a textura estão
perfeitas," garantem os cientistas. [Imagem: Fraunhofer IVV]
Carne de laboratório
Há um movimento espontâneo cada vez mais intenso rumo ao
vegetarianismo, que aos poucos passa a ter apoio das evidências científicas.
Segundo o Dr. Peter Eisner, do Instituto Fraunhofer, na
Alemanha, gasta-se 40 metros quadrados de terras agricultáveis para produzir um
quilo de carne - para cultivar os vegetais que alimentam o gado -, mas o mesmo
espaço pode produzir 120 kg de cenouras ou 80 kg de maçãs.
Ele defende que que os ingredientes alimentares à base de
plantas desempenhem seu papel na substituição dos alimentos de origem animal.
Enquanto isso não ocorre, cientistas holandeses trabalham
firme na criação de carne artificial em laboratório usando células-tronco de
vaca e esperam desenvolver o primeiro "hambúrguer de proveta" até o
fim de 2012.
Carne cultivada em laboratório avança rumo a hambúrguer
sintético
Mais adiantada está uma equipe de cientistas da Alemanha,
Áustria e da Holanda, que já criou uma "carne vegetal" que, segundo
os testes iniciais, tem sabor e textura semelhantes à da carne real.
A produção de carne artificial poderia trazer grandes
benefícios ao meio ambiente, pela redução no número de cabeças de gado -
grandes emissores de CO2 e metano - e nas áreas de floresta desmatada para a
criação de pastos. A carne de laboratório poderia ser manipulada para ter
níveis mais saudáveis de gordura e nutrientes.
Fibras das algas marinhas
podem ajudar a reduzir a obesidade ajudando o corpo a absorver menos gordura.
[Imagem: BBC]
Algas
As algas podem alimentar humanos e animais, oferecer uma
alternativa em graves crises alimentícias e ainda abrem mão do gasto de terra
ou água potável para seu cultivo.
Cientistas ainda apontam para o potencial de algas como
fontes de biocombustíveis - o que reduziria a dependência dos combustíveis
fósseis.
Alguns especialistas preveem que fazendas de algas
poderiam se tornar a mais promissora forma de agricultura intensiva.
Elas já existem em países como o Japão.
Como os insetos, elas poderiam ser introduzidas na dieta
sem que as pessoas precisassem se dar conta disso. Cientistas na Grã-Bretanha
estudam a substituição de sal marinho por algas em pães e outros alimentos
industrializados.
Diário da Saúde.
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