Mal do fígado
Cerca de 60% dos pacientes com problemas no fígado são
portadores de hepatite, informa levantamento realizado pela Secretaria da Saúde
de São Paulo.
A doença é a maior responsável pela cirrose hepática e,
por consequência, pelos transplantes de fígado.
Cerca de 40% dos procedimentos ocorrem em pessoas
contaminadas pelo vírus do tipo C. Já a hepatite B é responsável por 8% das
cirurgias.
Doença silenciosa
A hepatite é uma doença silenciosa e que demora a
apresentar sintomas, pois o período de incubação do vírus pode variar entre 10
e 30 anos.
Os danos causados pela inflamação nas células do fígado
são irreversíveis e comprometem as funções vitais do órgão, como a produção de
proteínas do sangue e a refinação dos alimentos absorvidos pelo intestino.
"A insuficiência hepática decorrente da cirrose leva
o doente a necessitar de um transplante para sobreviver. Além disso, as chances
do paciente apresentar câncer também são maiores", ressalta Carlos Baía,
médico coordenador do serviço de hepatologia do Hospital de Transplantes.
A hepatite é uma doença viral, dividida em cinco tipos:
A, B, C, D, E - cada uma é causada por um tipo diferente de vírus.
"As chances de o indivíduo ter contato com este
'agente' são 100 vezes maiores do que com o vírus da Aids, por exemplo. Por
isto é fundamental fazer o teste por meio de um exame de sangue. O médico da
família pode, e deve, solicitá-lo periodicamente", destaca Baía.
Vacina contra hepatite
A vacina para a hepatite B está disponível gratuitamente
na rede pública de saúde.
Os alvos da vacinação contra a hepatite B são os
recém-nascidos logo nas primeiras 12 horas, com mais duas doses no segundo e no
sexto mês de vida.
A indicação da vacina também compreende doses para
crianças (entre 1 e 12 anos), adolescentes (entre 13 e 19 anos) e adultos
jovens com até 29 anos de idade. São necessárias três doses para ficar imune à
doença.
A vacina também é destinada aos profissionais de saúde,
como trabalhadores que manuseiam objetos cortantes e perfurantes como
manicures, tatuadores, podólogos, entre outros grupos com maior risco de
contágio. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas no mundo sejam
portadoras da hepatite B.
Novo remédio contra hepatite C pode aumentar chance de
cura em até 79%
Com os medicamentos disponíveis no SUS (Sistema Único de
Saúde) a doença pode ser curada, principalmente se for diagnosticada no início.
Recomendações para evitar hepatites
Veja algumas recomendações para evitar o contato com os
vírus das hepatites:
Utilize preservativo nas relações sexuais
Em 70% dos casos, a hepatite B é transmitida em relações
sexuais. O contágio pode ocorrer em uma única relação sem proteção.
Não compartilhe objetos cortantes
Na visita a manicure recomenda-se levar seu próprio kit
com alicates e outros instrumentos. Também tenha a sua própria lâmina de
barbear e só utilize agulhas ou seringas que sejam descartáveis. Colocação de
piercings e tatuagens são procedimentos arriscados, quando não realizados com
os devidos cuidados de esterilização.
Fique atento a higiene de utensílios e alimentos
A hepatite A é transmitida por ingestão do vírus. Assim,
alimentos e até mesmo água comercializados nas ruas ou em ambientes precários,
sem que haja condições básicas de higiene, podem servir de vetores para o
vírus.
Diário da saúde.
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