Atos de paz são melhores que atos de guerra
Políticas que tragam benefícios para a população por
períodos sem atos terroristas são mais eficazes do que táticas para punir os
terroristas.
É o que mostra um estudo que analisou a situação do
conflito Israel-Palestina no período de 1987 a 2004.
Segundo as pesquisadoras, a diminuição da opressão sobre
o povo palestino teria como resultado uma diminuição da violência, e não o
contrário, como argumentam os políticos conservadores israelenses.
"Nosso argumento começa a contestar a visão muito
comum de que, para combater o terrorismo, você precisa responder à violência
com a violência," disse Erica Chenoweth, da Universidade de Denver (EUA),
coautora do estudo.
Dados da violência e dados da paz
Por mais que o assunto seja importante, este é o primeiro
estudo a avaliar empiricamente - com dados reais, e não com argumentos - o
potencial das táticas conciliatórias para reduzir a violência.
Os dados foram coletados da GTD (Global Terrorism
Database) e do GATE, que lista as ações de Israel usadas contra os palestinos.
As pesquisadoras colocaram as ações em uma escala de sete
pontos, de atos violentos resultantes em mortes, até atos conciliatórios
envolvendo gestos de paz.
As conclusões foram claras: a punição e as ações
repressivas foram menos eficazes na redução dos atos de violência no futuro.
Motivos do terrorismo
Os dados também mostraram que, no período de 1987 a 2004,
Israel adotou 18 ações repressivas contra alvos palestinos, contra apenas 8
ações conciliatórias. As primeiras aumentaram a violência, enquanto as últimas
reduziram a violência.
"O consenso geral em todo o espectro político é que,
quando há terrorismo você tem que contra-atacar," disse Laura Dugan,
coautora do estudo. "Este estudo sugere que vale a pena olhar para as
queixas [do outro lado], [ouvir] as pessoas mais afetadas por estas queixas, e
observar a conformação política das organizações terroristas."
Isso porque, quando têm suas necessidades básicas
atendidas, a população deixa de apoiar as organizações militarizadas.
Recomeço necessário
Além disso, Dugan e Chenoweth argumentam que os
terroristas não cometem atos de violência pelas mesmas razões que os criminosos
cometem crimes comuns.
Portanto, elas acreditam que as táticas de
contraterrorismo não devem imitar as abordagens típicas de combate à
criminalidade.
"Isso é porque os terroristas geralmente têm menos
preocupação em serem punidos, estando mais preocupados com seu papel em garantir
o bem-estar de seu movimento e de seus partidários," disse Chenoweth.
Diário da saúde.
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