A s pedras nos rins aparecem não apenas coloridas, mas
também piscando - daí o nome da técnica: "artefato
cintilante".[Imagem: Francois Manson]
Pedras no espaço
Uma nova técnica para
tratar pedras nos rins poderá superar as principais deficiências dos
tratamentos atuais.
As pedras são detectadas
com um avançado sistema de imageamento por ultra-som, baseado em um processo
chamado "artefato cintilante".
Uma vez localizadas com
precisão, as pedras são empurradas por um outro ultra-som altamente focalizado.
Os doutores Lawrence Crum
e Michael Bailey, da Universidade de Washington, estão desenvolvendo a técnica
para que ela possa ser usada até mesmo por astronautas no espaço, uma situação
que exige tratamentos rápidos e seguros, e com equipamentos pequenos.
Artefato cintilante
Antes que a pedra possa
ser empurrada para fora, ela precisa ser localizada. Os aparelhos comuns de
ultra-som possuem um modo de imageamento em preto e branco, chamado modo B, que
cria uma imagem da anatomia.
Mas esses aparelhos também
têm um modo Doppler, que mostra o fluxo sanguíneo e o movimento do sangue no
interior dos tecidos em cores.
No modo Doppler, as pedras
nos rins aparecem não apenas coloridas, mas também piscando - daí o nome
"artefato cintilante".
Ninguém sabe por que isso
ocorre, mas os cientistas decidiram tirar proveito do fenômeno.
Estimativas indicam que os
cálculos renais atingem 10% da população em algum momento de suas vidas.
Além de uma condição
extremamente dolorosa e incapacitante, sua remoção nem sempre é simples, e o
problema pode ser recorrente.
Com a nova técnica, o tratamento
pode ser muito mais simples e incrivelmente rápido.
Raio de expulsão
Com as pedras localizadas,
o operador pode selecionar uma por uma e disparar contra cada uma delas uma
onda focalizada de ultra-som, movendo-a para a saída do rim.
A onda focalizada de
ultra-som tem uma amplitude de meio milímetro, capaz de mover a pedra a uma
velocidade de um centímetro por segundo.
"Nós agora podemos
usar ondas de ultra-som, vindas diretamente através da pele, para empurrar
pequenas pedras, ou pedaços de pedras, rumo à saída do rim, de forma que elas
passem naturalmente, evitando as cirurgias," diz o Dr. Bailey.
Segundo os médicos, a nova
técnica também poderá ser útil para a ablação de tumores e para interromper
hemorragias internas.
Diário da saúde.
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