Idade não é doença
Michael Oliver, professor
emérito de Cardiologia da Universidade de Edinburgo, na Escócia, publicou um
artigo no renomado British Medical Journal
no qual ele faz um alerta preocupante: a medicina moderna está
transformando idosos saudáveis em pacientes.
Segundo o pesquisador,
muitas pessoas acima dos 75 anos de idade estão recebendo prescrições de
pílulas para pressão alta, ou diabetes, ou colesterol alto, com pouca ou
nenhuma consideração quanto aos benefícios reais para o indivíduo.
Ações preventivas na
terceira idade
Ele acredita que ações
preventivas possam ser irrelevantes ou mesmo danosas para pacientes na terceira
idade.
Por exemplo, cerca de 75
pessoas idosas com hipertensão branda estão sendo tratadas para evitar que uma
delas apenas tenha um derrame. Desta forma, as outras 74 estarão condenadas a
fazer o tratamento pelo resto de suas vidas, sem necessidade.
Pressão sem fim das
indústrias farmacêuticas
O Dr. Oliver atribui essa
tendência a muitas causas, incluindo a interpretação entusiástica e não-crítica
dos guias médicos, às diretrizes governamentais para a saúde e à pressão sem
fim das indústrias farmacêuticas - sobre este assunto, veja também a reportagem
Indústria de medicamentos controla jornais e sociedades científicas).
Em vez de fazer exames e
investigar as causas possíveis do problema, a regra é dizer à pessoa que ele ou
ela tem pressão alta e que isto deve ser tratado, diz o Dr. Oliver. Ainda que
as evidências reais dos benefícios de tratar qualquer fator de risco em pessoas
acima dos 75 anos de idade exija uma consideração muito mais cuidadosa quando
aplicada a cada indivíduo em particular.
Sobretratamento desnecessário
O pesquisador sugere que
os guias de procedimentos médicos não sejam considerados como mandamentos e que
o equilíbrio entre os riscos do tratamento e os riscos do não-tratamento sejam
totalmente explicados para a pessoa.
Segundo ele, até mesmo
exigências burocráticas para o preenchimento das documentações nos hospitais
estão levando a um excesso de diagnóstico e a um sobretratamento desnecessário,
além da ansiedade gerada nas pessoas em vistas desses diagnósticos.
Diário da Saúde.
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