Os pesquisadores aferiram os benefícios da meditação
sobre a fisiologia do cérebro usando uma nova técnica de imageamento chamada
imagens por difusores de tensão.[Imagem: Chiang et al./IEEE Transactions on
Medical Imaging]
Meditação contra atrofia
cerebral
Dois anos atrás,
pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) descobriram que regiões
específicas no cérebro de pessoas que praticam a meditação há muito tempo eram
maiores e tinham mais massa cinzenta do que os cérebros de indivíduos
não-praticantes.
Agora, o prosseguimento do
estudo sugere que pessoas que meditam também têm conexões mais fortes entre as
regiões cerebrais e apresentam menos atrofia cerebral relacionada com a idade.
Ter conexões mais fortes
influencia a capacidade de disparar mais rapidamente sinais elétricos no
cérebro.
O que é mais significativo
é que a medição produz estes efeitos em todo o cérebro, e não apenas em áreas
específicas.
Conectividade do cérebro
Eileen Luders e seus
colegas usaram um tipo de imagem do cérebro conhecida como imagem de tensor de
difusão, uma técnica relativamente nova que fornece informações sobre a
conectividade estrutural do cérebro.
Eles descobriram que as
diferenças entre os meditadores e os não-meditadores não estão confinadas a uma
região particular do cérebro, mas envolvem grandes redes, que incluem os lobos
frontal, parietal, temporal, occipital, além do corpo caloso anterior,
estruturas límbicas e o tronco cerebral.
"Nossos resultados
sugerem que quem pratica meditação há muito tempo tem fibras da massa branca
que são mais numerosas, mais densas ou mais distribuídas em todo o
cérebro," disse Luders. "Também descobrimos que o declínio normal do
tecido relacionado à idade é consideravelmente reduzido nos praticantes de
meditação."
Mudanças no cérebro
induzidas pela meditação
"É possível que
meditar ativamente, especialmente durante um longo período de tempo, induza
mudanças em um nível micro-anatômico," diz Luders.
Como consequência, afirma
a pesquisadora, a robustez das conexões entre as fibras nervosas dos
meditadores pode aumentar e, eventualmente, levar aos efeitos macroscópicos
vistos com a nova técnica de imageamento cerebral.
"E a meditação pode
causar alterações na anatomia do cérebro não apenas por uma indução no
crescimento, mas também impedindo sua redução," disse Luders.
"Ou seja, se
praticada regularmente ao longo de anos, a meditação pode retardar a atrofia
cerebral relacionada ao envelhecimento, eventualmente afetando positivamente o
sistema imunológico," conclui a pesquisadora.
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