Violência banal
O excesso de violência exibido na programação das TVs abertas pode causar efeitos duradouros nas crianças.
Foi o que afirmou Davi Pires, o diretor do Ministério da Justiça para assuntos de classificação de conteúdo.
"Algumas crianças podem sentir medo. Dependendo da faixa etária, podem ter pesadelos, problemas no sono, irritação durante o dia e até comportamentos violentos", ressaltou Pires.
Ele destacou, porém, que o problema mais grave é achar que a violência é algo banal.
Noticiários das seis
Davi Pires considera a classificação indicativa é importante para que pais e educadores protejam as crianças de cenas violentas exibidas na televisão.
Ele lembrou que o critério para classificação de um programa por idade é a incidência de cenas de sexo, de uso de drogas e cenas violentas.
"Programas jornalísticos, noticiosos, esportivos, eleitorais e publicidade não passam pela classificação", explicou.
Mídia familiar
A classificação indicativa também foi defendida pela representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP) na Coordenação Executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Roseli Goffmann.
"As TVs no Brasil são controladas por poucas famílias. São concessões públicas. É mais do que razoável que obedeçam a normas e regras passíveis de punição", disse. "A classificação indicativa é a única forma de regular as TVs", completou.
Ladainha
Heloísa Helena de Macedo, representante das empresas de televisão, por sua vez, defendeu que não cabe ao Estado definir a programação - talvez esquecendo-se de que este é o mesmo Estado que deu às empresas o direito de explorar a concessão para um bem público.
Heloísa Helena defende que a classificação seja apenas indicativa, para que os pais em casa possam escolher o que vai ser assistido.
"Todo e qualquer controle deve ser combatido. Cabe aos pais educar os filhos. É um dever dos pais que não deve ser tomado pelo Estado ou agente", discursou ela.
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