A orceína e o O4 convertem os agregados de beta-amiloide em placas maiores e mais maduras, não-tóxicas.[Imagem: Bieschke et al./Nature Chemical Biology]
Orceína
Um corante vermelho extraído de liquens é usado há séculos para colorir roupas e até alimentos.
Agora, cientistas alemães descobriram que esse corante natural, chamado orceína, tem a capacidade de reduzir agregados tóxicos de proteínas que caracterizam o Mal de Alzheimer.
A orceína, juntamente com uma substância relacionada, chamada O4, ligam-se aos pequenos agregados de beta-amiloide que são considerados tóxicos e causadores das disfunções neurais e dos danos à memória que caracterizam o Alzheimer.
Placas não-tóxicas
O que a equipe liderada pelo Dr. Jan Bieschke, do Instituto Max Planck, descobriu agora é que a orceína e o O4 convertem os agregados de beta-amiloide em placas maiores e mais maduras.
E essas placas maiores não são tóxicas para o sistema nervoso.
Problemas no dobramento das proteínas são consideradas as principais causas não apenas do Alzheimer, mas também das doenças de Parkinson e Huntington.
As proteínas defeituosas acabam se acumulando em placas intra e extra-celulares.
Os pesquisadores assumem que essas pequenas placas são tóxicas para as células nervosas. Contudo, quando elas se aglomeram em placas maduras, bem maiores, esse efeito deixa de existir.
Corantes salvadores
A orceína é extraída de um líquen que cresce principalmente nas Ilhas Canárias, e é explorado há séculos para uso como corante.
Há alguns anos, o Dr. Erich Wanker, outro membro da equipe, descobriu que um composto químico natural encontrado no chá verde, chamado EGCG (Epigalocatequina-3-galato), é capaz de desativar a toxicidade dos aglomerados de proteínas.
Com a orceína e o O4, eles agora descobriram um outro mecanismo que, em vez de destruir as placas, faz com que elas se aglomerem, perdendo a toxicidade.
Outros pesquisadores já estão testando um outro corante, chamado azul de metileno, com o mesmo objetivo.
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