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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

MELATONINA – O QUE É, COMO TOMAR, INDICAÇÕES E EFEITOS COLATERAIS

Melatonina

A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal, que é uma pequena glândula localizada na região central do cérebro, no meio dos dois hemisférios cerebrais. A melatonina age, sobretudo no próprio cérebro, sendo responsável pelo controle dos ciclos de sono e vigília.

À noite, quando está escuro, a produção de melatonina aumenta, induzindo o cérebro a sentir sono. Durante o dia, quando está claro, a secreção de melatonina reduz-se, fazendo com que fiquemos mais despertos. A simples exposição à luz durante a noite ou ao escuro durante o dia pode alterar o ritmo de produção da melatonina, motivo pelo qual esse hormônio ganhou a singela alcunha de “hormônio Drácula”.

A ação natural da melatonina sobre a indução do sono inspirou a criação de formas sintéticas do hormônio, cujo objetivo seria criar um fármaco que ajudasse a combater a insônia sem provocar os efeitos colaterais dos medicamentos habitualmente utilizados para esse fim, nomeadamente os benzodiazepínicos (exemplos: Zolpidem, Estazolam, Lorazepam, Triazolam, Clonazepam e outros).


No Brasil, a melatonina tem estado no centro de uma grande polêmica, pois apesar da sua comercialização não ser autorizada pela ANVISA, ela tem se tornado cada vez mais popular, principalmente pela ampla divulgação que a substância tem tido nos meios de comunicação de massa. Divulgação essa que é feita frequentemente de modo sensacionalista e com pouco critério científico.

Neste artigo vamos fazer uma revisão da atual literatura científica sobre a melatonina. Vamos esclarecer as seguintes questões:

O que é a melatonina natural?
A melatonina sintética realmente funciona para tratar a insônia?
A melatonina sintética tem efeitos colaterais?
Existem interesses escusos por trás da proibição da comercialização da melatonina no Brasil?
Neste artigo vamos falar especificamente da melatonina. Se você procura informações sobre a insônia, acesse o seguinte link: INSÔNIA – Causas e Tratamento.

COMO FUNCIONA A MELATONINA NATURAL

Como já explicado na introdução deste artigo, a melatonina é um hormônio produzido no cérebro que é responsável pelo controle do ritmo circadiano do nosso organismo. O ritmo circadiano é o nosso relógio interno de 24 horas, que determina o ritmo dos processo biológicos do nosso organismo ao longo de um dia inteiro (controla, entre outros, a temperatura corporal, a secreção de hormônios e a pressão arterial). O ritmo circadiano desempenha um papel crítico na definição de quando vamos adormecer e quando vamos acordar.

A produção de melatonina começa a se elevar ao entardecer, atingindo o seu pico entre as 23h e as 3h da manhã. Após o pico, os níveis de melatonina caem rapidamente, preparando o organismo para acordar no início da manhã. Ao redor das 8h-9h da manhã, os níveis de melatonina encontram-se no seu valor mínimo e assim permanecerão até o início da tarde.

É sempre importante destacar que a melatonina tem um importante papel no controle do ciclo sono-vigília, mas não é o único fator que controla o momento no qual sentimos sono. Nem todo mundo com insônia tem deficiência  de melatonina.

A melatonina é produzida a partir do triptofano, um aminoácido presente em diversos alimentos, tais como laticínios, carnes, amendoim, ovos, ervilha, etc. Não há evidências científicas, porém, de que o consumo de alimentos ricos em triptofano aumente os níveis sanguíneos de melatonina ou que ajudem no tratamento da insônia. Da mesma forma, o consumo de alimentos ricos em melatonina, como vinho, frutas, cereais e azeite, também não apresenta evidências sólidas de que possa ser útil na indução do sono.



SITUAÇÕES QUE PODEM INTERFERIR COM A PRODUÇÃO NATURAL DE MELATONINA

Diversas situações podem interferir no ciclo natural da melatonina, incluindo trabalho noturno, jet lag, idade avançada, exposição frequente à luz artificial durante a noite, problemas de visão, etc.

Vamos explicar sucintamente algumas dessas situações:

1- Idade

A secreção de melatonina pela glândula pineal varia significativamente com a idade. No ser humano, a melatonina começa a ser secretada ao redor do 4º mês de vida, coincidindo com a consolidação do sono no período da noite. A partir desta idade, a capacidade de secreção noturna de melatonina aumenta rapidamente, atingindo um pico entre as idades de 1 e 3 anos. A partir de então, a produção desce ligeiramente, estabilizando-se num patamar que persiste durante toda a vida adulta.

Conforme envelhecemos, a secreção noturna de melatonina começa a sofrer um declínio. Uma pessoa de 70 anos, apresenta níveis noturnos de melatonina cerca de 75% mais baixos que durante sua juventude. Esta queda costuma ocorrer pela calcificação progressiva da glândula pineal, que vai tornando-se cada vez menos capaz de secretar o hormônio.

2- Influência da luz

A secreção noturna de melatonina pode ser inibida pela exposição à luz durante a noite, mesmo em pequena intensidade, principalmente se as pupilas estiverem dilatadas.

Estudos mostram que o comprimimento de onda entre 446 e 447 nm, que é percebido por nós como luz azul, é o tipo de luz que mais suprime a secreção de melatonina. Esse comprimento de onda de luz é muito comum nas luzes LED e nos aparelhos eletrônicos, tais como e-books, tablets, computadores, smartphones, etc.


Por conta desse fato, muitas pessoas têm adquirido óculos com lentes de coloração laranja, que ajudam a bloquear a luz azul, reduzindo, assim, o efeito inibitório das luzes artificias sobre a secreção noturna de melatonina. Apesar de ser uma solução aceitável, as lentes laranjas bloqueiam também outros comprimentos de onda, que não só o azul, tornando-se um pouco desconfortáveis para serem usados em ambientes com baixa iluminação. Uma alternativa mais cara, porém mais efetiva, é adquirir óculos com lentes que filtram exclusivamente os comprimentos de onda azul, que têm maior ação sobre a secreção da melatonina.

Uma opção também eficaz é comprar luzes de cor vermelha para iluminação noturna, pois o vermelho faz parte do comprimento de onda que parece ser o que menos inibe a produção de melatonina. Todavia, assim como os óculos laranjas, não é muito confortável usar luzes vermelhas como fonte de iluminação noturna.

3- Medicamentos

Alguns fármacos e substâncias podem inibir a produção da melatonina. O mais conhecido é o propranolol, que é um medicamento da classe dos beta-bloqueadores, muito usado para o tratamento da hipertensão e de problemas cardíacos. A cafeína e o álcool também são substâncias que interferem com a secreção da melatonina.

4- Cegueira

Pessoas cegas que não conseguem detectar a presença da luz do dia podem ter uma produção de melatonina desregulada. Quanto mais grave é a deficiência visual, maior é o risco de transtornos do sono.

MELATONINA SINTÉTICA

A melatonina sintética, ou seja, a melatonina artificial criada em laboratórios, foi desenvolvida como uma potencial forma de tratar a insônia, servindo como alternativa mais econômica e com menos efeitos colaterais que os medicamentos habitualmente utilizados para esse fim.

Assim como a melatonina natural, a melatonina vendida comercialmente apresenta dois efeitos: ajuda na indução do sono e na sua manutenção durante a noite. A melatonina também serve para regularizar o sono nos trabalhadores noturnos, que precisam dormir de dia.

Inicialmente vendida como suplemento alimentar em boa parte do mundo, a melatonina rapidamente se tornou popular e passou a ser uma rentável fonte de lucro para as empresas que a produziam. Porém, como a melatonina era tratada pelas entidades reguladoras como um simples suplemento alimentar, e não como um medicamento, a falta de uma rigorosa fiscalização sobre o produto acabou gerando diversos problemas, tais como contaminação de amostras, comprimidos com doses excessivas (mais elevadas do que a descrita na embalagem), falta de controle sobre as doses indicadas, falsa propaganda em relação aos seus reais benefícios, dissimulação em relação à sua origem sintética (vender como natural um produto produzido em laboratório), adição de outras substâncias de forma oculta na fórmula, etc.

Como não era encarada como remédio, o fabricante não precisava comprovar cientificamente sua eficácia contra nenhuma doença, nem mesmo contra a insônia, principal indicação da melatonina. Não demorou para que o forma sintética do hormônio ganhasse ares de substância milagrosa, passando a ser tratada como solução para diversos problemas, como depressão, Parkinson, envelhecimento e até como tratamento do câncer ou HIV.

Por conta dos abusos, a partir da década de 2000 vários países, incluindo os integrantes da União europeia, passaram a tratar a melatonina como droga, exigindo estudos científicos sobre eficácia e segurança, além de proibir sua comercialização sem prescrição médica. Nos EUA, entretanto, a melatonina continua sendo tratada como suplemento alimentar, podendo ser adquirida livremente.

Falaremos sobre a proibição da comercialização da melatonina no Brasil ao final deste artigo.

COMO TOMAR A MELATONINA

Existem atualmente duas formas diferentes de melatonina:

Melatonina sintética de rápida ação (forma mais comum) ou de liberação prolongada.
Análogos da melatonina: Ramelteon e Tasimelteon.
Melatonina

A melatonina pode ser encontrada em diversas dosagens: 1 mg, 2 mg, 3 mg, 5 mg ou 10 mg.

A dose de melatonina capaz de simular a produção natural do hormônio é de 0,3 a 0,5 mg por dia. Como a dose comercializada mais baixa é de 1 mg, o mais indicado é que no início do tratamento o paciente tome meio comprimido de 1 mg 30 minutos antes de ir para a cama. Se não houver resultado, a dose pode ser aumentada progressivamente até 3 a 5 mg por dia (na maioria dos casos, a dose até 1 mg é mais do que suficiente).

Alguns fabricantes sugerem desde o início doses bem mais elevadas do hormônio, tais como 5 ou 10 mg por dia. Com essas doses, porém, os níveis de melatonina no sangue chegam a ficar até 60 vezes acima dos valores de melatonina natural. Estas doses não têm nenhuma evidência de serem mais efetivas e ainda causam um aumento na incidência de efeitos colaterais.

A dose recomendada da melatonina de ação prolongada é de 2 mg, que deve ser tomada 1 ou 2 horas antes de ir para cama.

Para aliviar os efeitos do jet lag, a dose sugerida é de 3 mg na noite da chegada ao novo destino, mantendo o medicamento por mais 2 a 5 noites, conforme desejado. As formas de liberação rápida parecem ser mais efetivas que as de liberação lenta.

Análogos da melatonina

Os análogos de melatonina são substâncias que não são a melatonina, mas agem nos receptores cerebrais da melatonina, exercendo efeitos semelhantes, porém mais intensos. O Ramelteon e Tasimelteon são dois análogos da melatonina comercializados nos EUA, mas cuja venda não foi autorizada na União europeia por falta de comprovação científica em relação à sua eficácia.

Não existem estudos clínicos comparando a ação da melatonina com a do Ramelteon ou do Tasimelteon.

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS DA MELATONINA

Os estudos científicos controlados sobre a melatonina apresentam resultados contraditórios. Este fato se deve porque nem todo tipo de insônia responde ao tratamento com melatonina e nem toda insônia é provocada por uma deficiência na produção de melatonina.

Há muitos estudos que não conseguiram provar que a melatonina é superior ao placebo no tratamento da insônia crônica. Outros mostraram que a melatonina reduz em apenas cerca de 7  minutos o tempo que o paciente leva para pegar no sono em comparação com o placebo.

As situações nas quais os estudos têm demonstrado que a melatonina funciona melhor que o placebo são:

Tratamento dos efeitos do jet lag.
Síndrome do atraso das fases do sono – que é um tipo de distúrbio do sono que faz com que o paciente demore muito para dormir (geralmente depois de 1 ou 2 da manhã) e no dia seguinte tenha dificuldade de acordar e ser produtivo na parte da manhã.
Insônia em pacientes com níveis mais baixos de melatonina noturna.
Regularização do sono para pessoas que trabalham de madrugada e precisam dormir de dia.
Regularização do sono para pessoas com deficiência visual.
Apesar de não ser a droga milagrosa contra a insônia que os meios de comunicação frequentemente propagam, a melatonina é uma boa opção de tratamento, já que em doses baixas o risco de efeitos colaterais é pequeno e, mesmo quando a reposição de melatonina não é a melhor opção de tratamento, o seu efeito placebo acaba sendo suficiente para muitos pacientes.

EFEITOS COLATERAIS DA MELATONINA

A melatonina é uma substância com baixa incidência de efeitos colaterais. Quando estes ocorrem, a causa habitualmente é a utilização de doses elevadas (acima de 3 mg) ou pela presença de substâncias ocultas na fórmula.

Entre os efeitos colaterais mais relatados podemos citar: dor de cabeça, sono fragmentado, aumento da incidência de pesadelo, tontura, náuseas, sensação de estar dopado, sonolência durante o dia e elevação dos níveis do hormônio prolactina.

Há relatos de casos de crise convulsiva em crianças que tomaram doses elevadas de melatonina.

A melatonina vendida na Europa é um medicamento com produção mais controlada que a vendida nos EUA, sendo a versão mais segura de ser consumida.

MELATONINA NO BRASIL – POR QUE A ANVISA PROÍBE SUA COMERCIALIZAÇÃO?

Cada vez mais popular no Brasil, a venda da melatonina é proibida pela Anvisa. Apesar da intensa gritaria nas redes sociais contra a entidade reguladora, o motivo da proibição é simples: até hoje nenhuma empresa brasileira entrou com processo na Anvisa solicitando registro e autorização para poder comercializar o produto. Portanto, não se trata de um veto à melatonina em si. Não é que a substância seja proibida, apenas não existem empresas autorizadas para produzir e vender em território brasileiro. Pacientes com receita médica podem solicitar importação da melatonina sem nenhum problema.

Ainda segundo a Anvisa, somente após o pedido de registro por parte de alguma empresa é que a entidade vai se manifestar especificamente sobre a substância. Como a posição oficial e pública da Anvisa nunca foi desmentida por nenhuma empresa, em princípio, não há motivos para acreditar em outras explicações.

Teorias da conspiração – Existem interesses escusos da indústria farmacêutica por trás da proibição da melatonina no Brasil?

Uma das acusações mais comuns nas redes sociais diz que a proibição da melatonina no Brasil é resultado de intenso lobby da indústria farmacêutica. A justificativa deste lobby seria o fato da indústria temer a concorrência, pois sendo a melatonina um hormônio natural, ela não pode ser pateteada e, portanto, não poderia gerar lucro para a indústria.

A afirmação acima é falsa em diversos aspectos. Ser um hormônio nada tem a ver com autorização de patentes. A insulina é um hormônio natural e é umas das substâncias que mais geram lucro à indústria farmacêutica. O estrogênio e a progesterona são hormônios naturais e fazem parte da composição das pílulas anticoncepcionais, uma das maiores histórias de sucesso comercial do mundo. A levotiroxina é o hormônio que os pacientes com hipotireoidismo precisam comprar e tomar. Isso para ficar só em três exemplos comuns. Há dezenas de formas de hormônios vendidas pela indústria farmacêutica.

Uma outra questão frequentemente ignorada pelos apologistas das teorias da conspiração contra a indústria farmacêutica é o papel da também bilionária indústria dos produtos naturais. Suplementos alimentares, fitoterápicos e outras substâncias ditas naturais fazem parte de uma indústria que movimenta anualmente mais de 100 bilhões de dólares em todo o mundo. A indústria de produtos naturais também é um conglomerado que se norteia pelo lucro. É uma ilusão achar que porque os seus produtos são taxados de “naturais” essa indústria é mais boazinha ou confiável. Na verdade, ao contrário da indústria farmacêutica, a indústria de produtos naturais frequentemente consegue emplacar no mercado produtos de qualidade duvidosa, com escassa comprovação científica e poucos estudos sobre segurança.

Exigir que a melatonina passe a ser tratada como medicamento e seja controlada por entidades reguladoras é uma vantagem para a população. Remédios produzidos pela indústria farmacêutica passam por estudos e avaliações muito, mas muito mais criteriosos do que os chamados “suplementos naturais”.

E do mesmo modo que a indústria farmacêutica tem os seus médicos que são pagos para divulgar e elogiar os seus produtos, a indústria dos suplementos alimentares também os tem. Não se deixe enganar, não há mocinhos nessa história. Esqueça a opinião do médico X ou Y. O que importa não é a opinião de alguém, mas sim se a substância, seja ela natural ou não, passou pelo crivo dos estudos clínicos controlados. Ciência se faz com estudos, não com opiniões.

Fonte: http://www.mdsaude.com/2016/09/melatonina.html



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