Jovens traumatizados
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) emitiu um alerta para os riscos de uma geração de jovens "traumatizada" pelo agravamento da crise mundial.
Segundo um relatório da instituição, os jovens podem sofrer o impacto do desemprego alto nas economias mais avançadas e do aumento do número de trabalhadores pobres nos países em desenvolvimento.
O relatório "Tendências Mundiais do Emprego Juvenil" de 2011 indica que além de criar "um mal-estar social provocado pelo desemprego e trabalhos precários, a crise pode resultar em salários mais baixos no futuro".
"Esta frustração coletiva dos jovens foi um dos motores dos movimentos de protestos que ocorreram neste ano em todo o mundo. Tornou-se cada vez mais difícil para os jovens conseguirem algo diferente de um trabalho por meio período ou temporário", diz a organização, que cita como exemplo as revoltas da primavera árabe. Desistência
Impactos da crise no mercado de trabalho
A OIT havia publicado em agosto de 2010 um relatório sobre o impacto da crise econômica global no mercado de trabalho para os jovens entre 15 e 24 anos. Mas em razão do aumento das incertezas no cenário econômico, decidiu atualizar as tendências.
No relatório anterior, a organização constatou que em 2009, o pico da crise, o número de jovens desempregados havia aumentado em 4,5 milhões, um recorde. A média até 2007, antes da crise, era de menos de 100 mil pessoas por ano.
Segundo o novo documento, a crise no mercado de trabalho dos jovens continua grave em 2011. Se os números registram uma leve queda, isso é devido ao fato, diz a OIT, de que muitos jovens simplesmente desistiram de procurar emprego, sobretudo nos países da União Europeia.
75,1 milhões de pessoas no ano passado. Em 2011, o número de jovens sem emprego deverá cair para 74,6 milhões (12,6%).
Desencorajados
A OIT diz ainda que 2,6 milhões de jovens a menos do que o previsto nas estimativas entraram no mercado de trabalho em 2010, nos 56 países onde os dados foram apurados.
"Muitos desses 2,6 milhões são certamente jovens desencorajados que esperam a recuperação da economia. Eles devem retornar ao mercado de trabalho como desempregados, o que significa que as estatísticas oficiais subestimam sem dúvida a dimensão real do problema nas economias desenvolvidas."
O relatório cita o exemplo da Irlanda, país fortemente afetado pela crise da dívida soberana, onde o desemprego dos jovens - que saltou de 9% em 2007 para 27,5% em 2010 - poderia ser 19 pontos percentuais mais alto se as estatísticas levassem em conta os que se voltaram a estudar ou desistiram de procurar emprego.
A taxa dos que trabalham por meio período aumentou em todos os países desenvolvidos, com exceção da Alemanha. Na Irlanda e na Espanha, por exemplo, o aumento foi de 17 e 8,8 pontos percentuais, respectivamente.
Desemprego juvenil
Em alguns países em desenvolvimento, como os do sudeste asiático e os da África, as taxas de desemprego juvenil são menores, de acordo com o relatório.
No entanto, a organização afirma que isso não significa que a situação nessas regiões seria melhor do que a das economias avançadas.
"Isso quer dizer simplesmente que os jovens dos países em desenvolvimento, com pouca ou nenhuma proteção social, não têm outra opção além de trabalhar", diz o documento.
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