O
risco do consumo excessivo de cafeína (C8H10N4O2) é a maior preocupação dos
especialistas, juntamente com a conexão entre a ingestão de energéticos e o
alcoolismo.
[Imagem:
Wikipedia]
Reforçadores
"O
aumento no consumo de bebidas energéticas pode representar perigo para a saúde
pública, especialmente para os jovens."
Este alerta foi emitido por uma equipe de cientistas do escritório regional europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Com
base em uma revisão da literatura científica, sugerimos que as preocupações na
comunidade científica e entre o público sobre os potenciais efeitos adversos
para a saúde do aumento do consumo de bebidas energéticas são O
largamente
válidas," escreveram João Breda e seus colegas na revista Frontiers in
Public Health.
As
bebidas energéticas são bebidas não alcoólicas que contêm cafeína, vitaminas e
outros ingredientes - por exemplo, taurina, ginseng e guaraná. Elas são
normalmente comercializadas como reforçadores de energia e para aumentar o
desempenho físico e mental.
Riscos
das bebidas energéticas
Vários
estudos científicos têm sido feitos em todo o mundo para avaliar as
consequências do consumo dessas bebidas, e o que a equipe da OMS fez foi
revisar todos esses estudos em busca de avaliações sobre os riscos à saúde, as
consequências de sua ingestão e as políticas relacionadas com o consumo das
bebidas energéticas.
Os
estudos mostraram que parte dos riscos das bebidas energéticas deve-se aos seus
altos níveis de cafeína - as bebidas energéticas podem ser bebidas rapidamente,
ao contrário do café quente, e como resultado, elas são mais propensas a causar
intoxicação por cafeína, afirmam os pesquisadores.
Os
estudos analisados sugerem que a intoxicação por cafeína pode ter como
consequência palpitações cardíacas, hipertensão, náuseas e vômitos, convulsões,
psicose, e, em casos raros, a morte. Nos EUA, Suécia e Austrália, vários casos
foram relatados onde as pessoas morreram de insuficiência cardíaca ou foram
hospitalizadas com crises devido ao consumo excessivo de bebidas energéticas.
Mais
de 70% dos adultos jovens (com idade entre 18 a 29 anos) que consomem bebidas
energéticas misturam-nas com álcool, de acordo com a revisão. Numerosos estudos
têm demonstrado que esta prática é mais arriscada do que beber apenas álcool,
possivelmente porque essas bebidas tornam mais difícil para as pessoas
perceberem quando estão ficando bêbadas.
De
acordo com o Sistema Nacional de Dados sobre Envenenamento dos Estados Unidos,
entre 2010 e 2011, 4.854 consultas aos centros de informação sobre
envenenamento foram feitas sobre bebidas energéticas. Quase 40% envolviam a
mistura de álcool com bebidas energéticas. Um estudo semelhante na Austrália
demonstrou um crescimento no número de consultas sobre bebidas energéticas.
"Como
as vendas de bebidas energéticas raramente são regulamentadas por idade, ao
contrário do álcool e do tabaco, e há um potencial efeito negativo comprovado
em crianças, há potencial para um problema de saúde pública no futuro,"
concluem os autores.
Recomendações
para regulamentação das bebidas energéticas
O
grupo de especialistas fez as seguintes sugestões para minimizar o potencial de
danos à saúde gerados pelas bebidas energéticas:
Estabelecer
um limite máximo para a quantidade de cafeína permitida em uma única porção de
qualquer bebida, em conformidade com as evidências científicas disponíveis;
Impor
restrições de rotulagem e venda de bebidas energéticas para crianças e
adolescentes;
Estabelecer
padrões obrigatórios para a comercialização responsável para os jovens pela
indústria de bebidas energéticas;
Treinar
os profissionais de saúde para que eles estejam cientes dos riscos e sintomas
do consumo de bebidas energéticas;
Pacientes
com histórico de problemas de dieta e abuso de substâncias, tanto isoladas
quanto combinadas com álcool, devem ser rastreados para o consumo pesado de
bebidas energéticas;
Educar
o público sobre os riscos de misturar álcool com bebidas energéticas;
Realizar
mais pesquisas sobre os potenciais efeitos adversos das bebidas energéticas,
particularmente sobre os jovens.
Fonte:
http://www.diariodasaude.com.br/
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