AUTOR:
DR. PEDRO PINHEIRO » 22 DE MAIO DE 2016
O
diabetes mellitus é a doença causada pelo excesso de glicose (açúcar) na
corrente sanguínea. Existem basicamente dois tipos de diabetes, chamados de
diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2:
–
O diabetes mellitus tipo 1 é uma doença crônica que ocorre quando o pâncreas
produz muito pouca ou nenhuma insulina. A insulina é um hormônio que ajuda o
corpo a absorver e utilizar glicose dos alimentos. Sem insulina, os níveis de
glicose tornam-se mais elevados que o normal.
–
O diabetes mellitus tipo 2 é uma doença crônica que ocorre por uma combinação
de produção insuficiente de insulina e resistência do corpo à mesma. Explicando
melhor, o paciente produz menos insulina do que deveria e ela ainda funciona
mal. O diabetes tipo 2 está intimamente ligado ao sedentarismo e ao excesso de
peso.
Neste
artigo vamos explicar os principais sintomas iniciais do diabetes.
SINTOMAS
DO DIABETES NA FASE INICIAL
•
Sintomas do diabetes #1: excesso de urina
O
excesso de urina, chamado em medicina de poliúria, é um dos primeiros sinais e
sintomas do diabetes. Quando há uma elevada concentração de glicose no sangue,
geralmente acima de 180mg/dl, o corpo precisa arranjar meios de eliminar este
excesso; o caminho mais fácil é pelos rins, através da urina. Como não podemos
urinar açúcar puro, o rim precisa dilui-lo com água para poder eliminá-lo.
Portanto, quanto maior for a glicemia (concentração de glicose no sangue), mais
urina o paciente eliminará.
•
Sintomas do diabetes #2: sede excessiva
Se
o paciente diabético urina em excesso, ele perderá mais água do que era
suposto, ficando desidratado. A sede é principal mecanismo de defesa do organismo
contra a desidratação.
O
paciente diabético que não controla sua glicemia, seja por má aderência ao
tratamento ou simplesmente porque ainda não descobriu que tem diabetes, acaba
por entrar em um ciclo vicioso. O excesso de glicose aumenta a quantidade de
água perdida na urina, fazendo o paciente urinar com grande frequência. A perda
de água causa desidratação, que por sua vez desencadeia uma sede excessiva. O
paciente bebe muita água, mas como a glicose continua muito alta no sangue, ele
mantem-se urinando a toda hora.
•
Sintomas do diabetes #3: cansaço
O
cansaço crônico é outro sintoma comum do diabetes e ocorre por dois fatores:
a.
Pela desidratação: explicada no tópico anterior.
b.
Pela incapacidade das células em receber glicose: a glicose é a principal fonte
de energia das células; é o combustível do nosso organismo. Quem promove a
entrada de glicose do sangue para dentro das células é a insulina, que no
diabetes tipo 1 é inexistente e no diabetes tipo 2 não funciona bem. Portanto,
o diabetes mellitus se caracteriza essencialmente pela incapacidade do
organismo em transportar glicose para as células, reduzindo a capacidade de
produção de energia do corpo.
•
Sintomas do diabetes #4: perda de peso
A
perda de peso é um sintoma muito comum no diabetes tipo 1. Pode também ocorrer
no diabetes tipo 2 mas não é tão frequente.
A
insulina também é o hormônio responsável pelo armazenamento de gordura e pela
síntese de proteínas no organismo. Como no diabetes tipo 1 há ausência de
insulina, o paciente para de armazenar gordura e de produzir músculos. Além
disso, como não há glicose para gerar energia, as células acabam tendo que
gerá-la a partir da quebra de proteínas e dos estoques de gordura do corpo.
Portanto, o corpo sem insulina não gera músculos nem gorduras e ainda precisa
consumir as reservas existentes.
Como
no diabetes tipo 2 há insulina circulante, estes efeitos são menos evidentes.
Além disso, no tipo 2 a resistência à ação da insulina vai se estabelecendo
lentamente ao longo de anos, ao contrário do diabetes tipo 1, que cessa a
produção de insulina de modo relativamente rápido. Na verdade, o diabetes tipo
2 está associado ao excesso de peso, que é a principal causa da resistência à
insulina.
•
Sintomas do diabetes #5: fome excessiva
Como
as células não conseguem glicose para gerar energia, o corpo interpreta este
fato como se o paciente estivesse em jejum. O organismo precisa de energia e o
único modo que ele conhece para obtê-la é através da alimentação.
Uma
das características do emagrecimento do diabetes é que ele ocorre apesar do
paciente alimentar-se com frequência. O problema é que a glicose ingerida não é
aproveitada e acaba sendo perdida na urina.
No
diabetes tipo 1 inicialmente há aumento da fome, mas em fases mais avançadas o
paciente torna-se anorético, o que contribui ainda mais para a perda de peso.
•
Sintomas do diabetes #6: visão embaçada
Um
sintoma muito comum do diabetes é a visão turva. O excesso de glicose no sangue
causa um inchaço do cristalino, a lente do olho, mudando sua forma e
flexibilidade, diminuindo a capacidade de foco, o que torna a visão embaçada. A
visão costuma ficar turva quando a glicemia está muito elevada, voltando ao
normal após o controle do diabetes.
Esta
alteração nos olhos não tem nada a ver com a retinopatia diabética, a
complicação oftalmológica que pode surgir após anos de diabetes. Esta será
explicada na segunda parte deste artigo.
•
Sintomas do diabetes #7: cicatrização deficiente
O
excesso de glicose no sangue, quando corre de modo crônico, causa inúmeros
distúrbios no funcionamento do organismo. A dificuldade em cicatrizar feridas
ocorre por uma diminuição da função das células responsáveis pela reparação dos
tecidos, diminuição da proliferação celular e dificuldade em se gerar novos
vasos sanguíneos.
•
Sintomas do diabetes #8: infecções
Assim
como explicado no tópica acima, o diabetes também leva a distúrbios no sistema
imunológico, por alterar o funcionamento das células de defesa. O diabético
pode ser considerado um paciente imunossuprimido e apresenta maior risco de
desenvolver infecções, nomeadamente infecção urinária.
•
Sintomas do diabetes #9: cetoacidose diabética
A
cetoacidose diabética é uma complicação do diabetes tipo 1, sendo muitas vezes
o primeiro sinal da doença. Como há ausência de insulina, as células não
recebem glicose e precisam arranjar outra fonte para gerar energia. Como já
explicado acima, a solução é queimar gordura e músculos. O problema é que estas
duas fontes alternativas não geram tanta energia como a glicose e ainda
produzem uma quantidade imensa de ácidos (chamados de cetoácidos), o que leva à
cetoacidose.
A
cetoacidose diabética costuma ocorrer quando os níveis de glicose no sangue
ultrapassam os 500mg/dl e é uma emergência médica porque faz com que o pH do
sangue caia a níveis perigosos, podendo levar à morte. Os sinais e sintomas da
cetoacidose são náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental, prostração e
dificuldade respiratória.
Fonte:
http://www.mdsaude.com/