O
chá, a cerveja, o mel e as esponjas marinhas têm muito mais em comum do que
pode parecer.
Todos
eles são produtos naturais que, segundo cientistas da Universidade de Cardiff
(Reino Unido), têm capacidade de atacar bactérias que nos causam infecções.
O
uso desses itens com esse propósito não é novo. Mas, na medida em que os
microrganismos aumentam a resistência aos antibióticos, muitos especialistas
dizem ser necessário buscar formas alternativas para combatê-los.
"Grande
parte do que fazemos é baseado na ciência e na nova tecnologia, mas há muito
que aprender com a história," afirma o professor Les Baillie.
Mas
então como os remédios naturais podem nos ajudar a combater as infecções e qual
são o uso deles hoje em dia?
Mel,
cerveja e chá para combater bactérias.
A
própolis brasileira é considerada a melhor e a mais rica do mundo. [Imagem:
Universidade de Cardiff]
1.
Mel, antibiótico natural.
A própolis brasileira é considerada a melhor e a mais rica do mundo. [Imagem: Universidade de Cardiff]
O chá, a cerveja, o mel e as esponjas marinhas têm muito mais em comum do que pode parecer.
Poucos
remédios naturais são usados há tanto tempo na história do homem quanto o mel.
"O
mel foi foi utilizado durante milhares de anos para tratar feridas e, de fato,
é usado em hospitais para tratar pacientes com infecções quando antibióticos
não são o suficiente", explica Les Baillie.
Depois
de provar centenas de mostras enviadas por apicultores de toda a região em
Cardiff, a equipe descobriu um tipo de mel em uma cidade galesa chamada Twywyn
com a mesma potência antibacteriana do que o famoso mel Manuka da Nova
Zelândia.
De
acordo com Les Baillie, a pesquisa do mel em climas mais exóticos, como na Floresta
Amazônica, poderia permitir um novo enfoque na busca por "plantas exóticas
que permitam curar doenças".
2.
O lúpulo da cerveja
Já
o pesquisador James Blaxland decidiu visitar cervejarias em busca de agentes
antibacterianos. Ele pesquisa como o lúpulo, um dos ingredientes principais da
cerveja, pode ser utilizado para combater patógenos.
"O
lúpulo é utilizado há centenas de anos como aditivo aromatizante da
cerveja", diz Blaxland. "No início do século XVIII, esses lúpulos que
eram adicionados à cerveja evitavam que ela azedasse, por isso as pessoas
começaram a pensar que talvez eles poderiam ter efeitos antibacterianos."
Blaxland
está buscando componentes derivados possam ser efetivos na luta contra
infecções fortes, como a causada pelo estafilococo, que é resistente à
meticilina, ou soluções para o "grande problema" da tuberculose
bovina.
Mel,
cerveja e chá para combater bactérias.
Se
você puder optar pelo chá verde, melhor ainda, porque os benefícios do chá
verde incluem melhorar a conectividade do cérebro e "desarmar" o
Alzheimer no cérebro. [Imagem: Cortesia Kanko de Nagasaki/Japan]
3.
Um chá que mata bactérias
Se
você puder optar pelo chá verde, melhor ainda, porque os benefícios do chá
verde incluem melhorar a conectividade do cérebro e "desarmar" o
Alzheimer no cérebro. [Imagem: Cortesia Kanko de Nagasaki/Japan]
Uma
bebida muito popular que também possui propriedades antibacterianas é o chá.
"É
até surpreendente a quantidade de gente que sabe que o chá contém compostos
chamados polifenóis, que matam bactérias", explica Les Baillie.
Em
colaboração com colegas de outras universidades, ele está trabalhando no
"desenvolvimento" de um chá para tratar a Clostridium Difficile, um
tipo de bactéria que vive nos intestinos de muitas pessoas e que, quando cresce
de forma descontrolada, pode provocar infecções.
De
acordo com Les Baillie, essa bactéria é suscetível a certos polifenóis que se
encontram no chá.
"Levando
em conta de que se trata de uma doença intestinal e que, quando bebemos chá,
ele vai para o intestino, chama a nossa atenção a possibilidade de termos um
'super chá' que seja suficientemente alto em polifenóis para conseguir matar a
C. Difficile," afirmou.
Na
busca por esse "super chá", os pesquisadores analisaram mostras de 37
plantas em todo o mundo, com a colaboração com uma empresa de chá.
"Podemos dizer que até agora o chá verde do leste do Quênia foi o mais
efetivo", explica Les Baillie.
Mel,
cerveja e chá para combater bactérias.
As
esponjas marinhas também possuem compostos bioativos contra o câncer. [Imagem:
Nick Hobgood]
4.
Esponjas marinhas
As
esponjas marinhas também possuem compostos bioativos contra o câncer. [Imagem:
Nick Hobgood]
Outra
possibilidade encontrada pelos cientistas foram as esponjas marinhas
encontradas na costa galesa de Swansea, que também podem combater as bactérias.
As
esponjas marinhas já foram utilizadas como produtos farmacêuticos há alguns
anos. Na década de 1950, uma espécie encontrada no Caribe, a Cytarabine, foi
usada como base para o medicamento contra o câncer.
"Esses
organismos de zonas temperadas se adaptam facilmente a condições mais difíceis.
Isso significa que algumas moléculas podem obter certa vantagem
competitiva," disse Alex White, da Universidade de Cardiff.
E
assim foi como as esponjas se converteram em especialistas na criação de
"potentes moléculas", que são efetivas para matar células.
"Estamos no início de nossa pesquisa, mas fomos capazes de encontrar várias
moléculas antibacterianas e testá-las contra os agentes existentes",
afirma White.
Fonte:
http://www.diariodasaude.com.br/
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