TESTOSTERONA
HOMENS TAMBÉM FAZEM
REPOSIÇÃO HORMONAL?
Juliana Conte A+a-
Os homens dificilmente se
queixam de problemas de saúde, mesmo quando o vigor físico e o desejo sexual
diminuem de uma hora para outra, a irritabilidade diante dos pequenos problemas
aumenta e os pelos começam a cair sem nenhuma explicação. Quando, por fim,
decidem procurar um urologista (mais de 50% do público masculino nunca pisou
num consultório desse especialista), os médicos tampouco investigam os sintomas
adequadamente. Resultado: os casos de hipogonadismo (ou andropausa, na
linguagem leiga), um distúrbio em que os testículos passam a produzir menos
testosterona e que está presente em cerca de 15% dos homens entre 50 e 60 anos,
são subdiagnosticados.
Primeiramente, é preciso
saber que mais de 57% dos homens nunca ouviram falar em andropausa e 71% desconhecem
seus sintomas, segundo pesquisa recente da Sociedade Brasileira de Urologia
(SBU). O levantamento foi realizado com 3.200 homens acima de 35 anos em oito
capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília,
Porto Alegre, Salvador, Recife e Curitiba).
Dr. Roni de Carvalho
Fernandes, presidente da SBU, explica que a falta de informação do público
masculino a respeito da própria saúde se deve ao fato de que os homens tendem a
priorizar outras tarefas em detrimento da saúde.
“Eles não deixam de ir
apenas ao urologista, também não consultam outros médicos, não sabem se têm
doenças como diabetes e pressão alta e têm um enorme preconceito em relação a
exames como o toque retal, um procedimento que não dura nem 30 segundos e é
importante para detecção do câncer de próstata. Sobre a queda de testosterona,
então, nunca ouviram falar. As mulheres se submetem a exames muito mais
delicados e invasivos desde a adolescência”, comenta.
Segundo informações da
dra. Elaine Frade Costa, médica supervisora da divisão de endocrinologia da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a reposição hormonal
masculina é recomendada quando os níveis de testosterona estão abaixo da
normalidade, isto é, menores que 230 ng/dL. Os principais sintomas da queda de
testosterona são: diminuição do interesse sexual; dificuldade de ereção; falta
de concentração e comprometimento da capacidade intelectual; perda de pelos;
ganho de peso à custa de gordura; diminuição de massa e força muscular;
irritabilidade; e insônia.
“Devido a um estilo de
vida cada vez mais sedentário, o nível médio de testosterona nos homens vem
diminuindo cada vez mais cedo. Além disso, fatores como obesidade e diabetes
podem intensificar o problema”, esclarece.
Em relação à falta de diagnóstico,
segundo Carlos Sacomani, doutor em urologia pela FMUSP, os médicos muitas vezes
não perguntam sobre a vida sexual do paciente. “Se nós não perguntamos [sobre a
vida sexual do paciente], quem irá perguntar? Falta investigação, porque o
paciente raramente vai se queixar de falta de libido, de sentir menos atração
pela esposa. Então, nos exames de rotina só se pede um ultrassom, um PSA. Mas
não solicitam exames de sangue para analisar os níveis de testosterona, por
exemplo”, relata.
O tratamento, dependendo
do caso, pode durar a vida toda. Normalmente, o paciente precisa tomar uma
injeção de aplicação trimestral. O medicamento também pode ser usado em forma
de gel ou adesivo. Entre as contraindicações da terapia hormonal masculina está
a suspeita ou caso confirmado de câncer de próstata ou de mama masculino.
http://drauziovarella.com.br/
Publicado em 17/08/2015
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